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Portugal-Chéquia: cinco ideias táticas que explicam a dificuldade em vencer o jogo | MAISFUTEBOL

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João Pacheco, treinador e analista de futebol, desmonta a estreia da Seleção Nacional no Euro 2024, numa noite em que tivemos mais dificuldades no último terço do que aquilo que esperávamos

João Pacheco, treinador e analista de futebol, desmonta a estreia da Seleção Nacional no Euro 2024, numa noite em que tivemos mais dificuldades no último terço do que aquilo que esperávamos

Esperava-se uma Seleção Nacional a querer entrar dominante e a pressionar muito o adversário. Para isso, apresentou-se em campo, no momento ofensivo, partindo de uma estrutura 3x4x3 / 3x2x5 com posicionamento assimétrico, com enorme mobilidade, fazendo com que a estrutura ofensiva fosse sempre muito dinâmica e em constante mudança.

1. Jogadores portugueses em constantes trocas de posição e com facilidade em ligar jogo

Ruben Dias, Pepe e Nuno Mendes surgiram na primeira linha, embora Nuno Mendes tivesse liberdade para muitas vezes subir pelo corredor esquerdo, sobretudo em condução de bola.

Seguia-se uma linha de dois jogadores, com Vitinha (mais recuado) e Bruno Fernandes (mais livre para subir uma linha), ambos com grande mobilidade. Na direita Dalot tinha como missão dar largura e profundidade, atacando praticamente como extremo, enquanto na esquerda era Rafael Leão quem cumpria essa função.

Cancelo saía da linha para jogar no corredor central, muitas vezes entrelinhas, nas costas de Ronaldo, mas podendo trocar com Bruno Fernandes (subia ele para o espaço entrelinhas) juntamente com Bernardo. Cancelo e Bernardo, aliás, tiveram muita liberdade de movimentos e Bernardo ia buscar bola em vários pontos do campo.

Com isto, e perante a pouca pressão da Chéquia à fase de construção (excetuando no pontapé de baliza, em que tentava bloquear a construção curta), Portugal facilmente se instalou no seu meio-campo ofensivo. Com muita facilidade de circulação de bola na primeira linha de três, havia tempo e espaço para encontrar forma de ligar jogo com a linha seguinte, ora pelos médios, ora fazendo chegar a bola fora.

2. Portugal teve muita bola e pouca capacidade de desequilibrar pelos jogadores exteriores

A Chéquia com uma linha defensiva de cinco jogadores, com algumas referências individuais, defendendo sempre num bloco muito curto, com os avançados a recuarem para linhas muito baixas, muito próximos dos médios. Ainda que tentasse partir de um bloco médio, acabou por defender frequentemente num bloco muito baixo, perante a capacidade da equipa portuguesa de ligar o jogo na primeira para a segunda fase.

Portugal teve sempre muita bola, aliás, com uma posse segura e paciente, a empurrar o adversário para trás. Claramente com a ideia de manter a posse e ser paciente no seu processo ofensivo, para ir tentando desmontar o adversário e, ao mesmo tempo, estar preparada para o momento de perda de bola. No entanto, com muita dificuldade em superar a última linha defensiva adversária.

Perante um bloco tão baixo, foi difícil desorganizar e criar muitas situações claras de golo, ainda que a equipa fosse tentando pressionar e conseguisse criar algum perigo. Com pouco espaço à profundidade, e sem conseguir muitas combinações coletivas para furar, com pouca capacidade de desequilíbrio dos jogadores exteriores (talvez por isso foram os primeiros a serem substituídos), ainda que Leão o tenha tentado.

3. Estratégia acabou por ser cruzamentos de segunda linha e cantos curtos para tentar mover a defesa adversária

Assim a estratégia principal, foi a utilização de cruzamentos de segunda linha (de zonas mais baixas e de frente para a linha defensiva) sobretudo procurando Ronaldo, alternado com alguns momentos de remates de meia distância.

Ronaldo funcionava como referência, mas com pouco apoio. Com isto Portugal ia conseguindo conquistar vários cantos, cuja estratégia foi quase sempre jogar curto e com passe atrasado para tentar mover a defesa adversária antes de realizar o cruzamento, não conseguindo, contudo, bater os adversários altos e fortes neste tipo de jogo.

Do outro lado, a Chéquia não tinha capacidade para manter bola – também porque Portugal esteve sempre muito pressionante -, e procurava apenas o jogo direto, para uma segunda bola e cruzamentos. Tanto em construção, como no momento de ganhar de bola, o objetivo da Chéquia era jogar longo o mais rápido possível.

4. Seleção muito forte na reação à perda e com médios a juntarem-se rapidamente para ganhar segunda bola

A Seleção Nacional esteve muito forte no momento sem bola, anulando o jogo do adversário. Os sinais eram, de resto, evidentes: muito forte na reação à perda de bola, linha defensiva a ganhar praticamente todos os duelos e bolas longas, e os médios rapidamente a juntarem-se para ganharem a segunda bola.

Ora isto foi o jogo praticamente todo, com grande domínio territorial de Portugal, com controlo sobre o futebol ofensivo adversário, com muita bola, carregando, e carregando, e carregando, mas com mais dificuldades no último terço para criar situações de golo perante o bloco tão baixo do adversário.

5. Substituições não mudaram estratégia ou estrutura, num Portugal muito fiel à ideia planeada

Ainda que tenha sido infeliz ao sofrer golo no primeiro remate da Chéquia, Portugal manteve a estratégia de jogo e domínio. Mesmo com as substituições manteve o registo e a estrutura, servindo as alterações para mudar apenas o resultado.

Sem mexer na ideia, as primeiras alterações vieram mudar os jogadores exteriores: passaram a ser Cancelo e Nuno Mendes a fazer aquele papel, Nuno Mendes que acabaria por aparecer na área e fazer uso do jogo aéreo para ganhar um duelo num cruzamento (mais uma vez de segunda linha) que permitiu o golo (ainda que autogolo). Jota entrou para jogar entrelinhas e com mais capacidade de chegar à área e finalizar.

E mesmo no final, metendo mais gente ofensiva, com Pedro Neto mais vertical na esquerda (origem do segundo golo) e com Francisco Conceição do lado oposto, para mais desequilíbrios e entrada na área, ele que acabaria por marcar. Desta forma, o jogo acabou como começou, com domínio e controlo por parte Portugal, fiel à estrutura e estratégia planeada, acabando por vencer dentro do que planeou, ainda que com mais dificuldades no último terço ofensivo do que aquilo que esperava.


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